O meu caos no passeio da Almirante Reis,
o homem caído no chão ao contrário,
a dor do homem esparramada de barriga
para baixo, a marcha do mundo indiferente,
o homem a doer está vivo e basta-lhe.
Sou o homem caído, sou a dor que lhe enche
o peito desde ontem, sou os outros homens,
sou as mulheres deles a passar com sacos de
supermercado cheios de gordura e açúcar,
sou a alarvidade deles, uma besta.
Quando o homem se levantar seguirei caminho
com ele, sou a sombra. Sou a sombra de mim
própria que já não sei ser, sou essa que sou
também para ti. E nada nessa representação
de mim me aproxima do caminho do meio.
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